5 de março de 2013

Almirante



Se uma vez eu te amasse
uma vez seria pouco
no mútuo nasce-renasce
entre as ancas do teu corpo,


numa viagem sem chegada,
feito aquela do poema,
a de nunca se ter a caça
ou cabaça como emblema.


A quilha do meu navio
quer singrar teu mar bravio.


Marlos Degani




Sem instrução...


Por onde anda ou corre esta instrução de uma vida sem saudade? Essa saudade é inevitável, quando acordamos ela acorda com a gente. Estou ansiando ser ateia no amor e até mesmo incrédula nas lembranças que me fazem parar as pernas. Engano tolo, não dá, elas me sondam feito um cão. Estou me aplicando uma anestesia para que algumas lembranças que geram toda essa saudade infinda e multicor, um dia passe, sabendo da impossibilidade de esquecer tudo totalmente. Ah, o nome dessa anestesia chama-se arte, arteira que sou, não me conformo o conformismo. Me chamo pra briga me enfiando num motim. Uma hora essa saudade adormece se ajeitando num cantinho do meu coração.
... 
"As coisas passam,

 mas ficam 

Só pacificam 

mas não morrem".



Camila Senna