20 de setembro de 2013

Me sereno...



 




Meu cinzeiro está cheio de paixões queimadas,
E é das cinzas que renasço, me faço
Me entrego, me verso, me exponho
Não tenho crise com o erro

Errante também ora, implora
E acerta, se lança e segue...

Apago a vela do descaso,
Ardo, inflamo, proclamo
Gritando ao vento:”não tenho medo”

Se precisar me atiro feito tiro
Depois gozo feito paixão febril

Não nego a solidão
Que ciranda meus olhos
Minha boca e o ventre da minha alma

Mas não me omito
Sacudo a poeira da saia
Giro no meu mundo
Crédula, incrédula

Quase me jogo no mar dos ateus
Mas o amor me puxa pelos sentidos,
Bandido, sussurra no meu ouvido dizendo
Que sou sua sina, seu incesto, sua doutrina

Cheia de rima
faço pirraça
Cuspo no passado, blasfemo

Depois da sangria que traço de mim,
Digo sim, sinto cheiro de alecrim
Me acudo,
Me sereno,
Me entendo. 


Camila Senna

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pensamentos...